Os sobreviventes do grave acidente ocorrido na tarde de domingo, 2 de fevereiro de 2025, na BR-365, em Santa Vitória (MG), enfrentam um quadro clínico delicado enquanto lutam pela recuperação. O cabo da Polícia Militar Eloir Lázaro, conhecido como Cabo Lázaro na corporação, e Arthur Miguel, outro passageiro do veículo, estão internados em um hospital de Uberlândia, onde recebem tratamento. A mãe de Eloir, Lídia Queiroz, de 74 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local do acidente.
Eloir Lázaro foi transferido para o hospital com múltiplas lesões, incluindo uma clavícula e nariz quebrados, um pulmão perfurado por uma costela fraturada, além de queimaduras de 1º grau no braço direito e ferimentos no joelho. Ele está consciente e responde a perguntas, mas sofre com dores intensas, especialmente ao se movimentar. A equipe médica realizou uma série de exames, como tomografias da cabeça, pescoço, tórax e abdômen, além de raio-X da clavícula e do quadril. A clavícula quebrada pode exigir cirurgia, mas os médicos aguardam uma melhora no estado clínico de Eloir antes de prosseguir com qualquer procedimento. No momento, o pulmão precisa ser drenado de forma contínua para retirada de líquidos.
Já Arthur Miguel, o outro sobrevivente, passou por uma cirurgia de emergência na noite de 3 de fevereiro. A intervenção revelou danos mais graves do que o inicialmente diagnosticado. Os médicos precisaram remover 15 cm do intestino grosso, que estava necrosado, e reconstruir parte da bexiga, que também foi afetada. Arthur terá que se recuperar por um período estimado de um ano, até que seja possível realizar uma nova cirurgia para reconstituição dos tecidos. O tecido abdominal sofreu ruptura em toda a extensão, o que impossibilitou a reconstrução imediata.

O médico responsável pelo caso de Arthur Miguel afirmou que ele terá que permanecer internado por pelo menos 30 a 60 dias, passando por outras intervenções cirúrgicas e observação constante. “Ele deu muita sorte de ter sobrevivido a um impacto tão forte”, disse o médico, destacando que o cinto de segurança e a constituição física de Arthur foram determinantes para evitar lesões ainda mais graves.
O acidente ocorreu quando uma picape colidiu de frente com o carro em que estavam Eloir, sua mãe e Arthur. A picape está registrada em Guarda-Mor (MG), mas os ocupantes são moradores de Paranaiguara (GO). As causas do acidente ainda estão sob investigação.
Enquanto Eloir e Arthur lutam pela recuperação, a família e amigos se unem para oferecer apoio. A família informou que a psicóloga do hospital já conversou com Eloir para ajudá-lo a lidar com o trauma emocional. “Ele está conversando bastante, mas está em choque após saber da morte da mãe”, relatou um familiar. Apesar das dores, ele conseguiu se alimentar com mingau e mamão, mas ainda sente desconforto ao se movimentar, especialmente ao urinar ou levantar da cama. A comunidade local também se mobilizou para ajudar, demonstrando solidariedade em um momento tão difícil.
A perda de Dona Lídia Queiroz, mãe de Eloir, deixou um vazio profundo na família. Ela era natural de Santa Vitória e morou por muitos anos em Goiânia (GO) antes de se mudar para Ituiutaba para ficar perto dos familiares. O corpo de Dona Lídia foi velado no salão 01 da Funerária Fratari, em Ituiutaba, e o sepultamento aconteceu às 17h30 da última segunda-feira (03/02) no Cemitério Parque da Saudade.

Neste momento de dor e luta pela recuperação, a família agradece o apoio recebido e pede que as orações continuem.
Entenda o acidente
A colisão frontal entre dois veículos leves deixou três mortos e dois feridos na tarde deste domingo, 2 de fevereiro, no KM-818 da BR-365, em Santa Vitória (MG). O acidente ocorreu por volta das 17h30 e teria sido causado por uma ultrapassagem imprudente de uma picape, que colidiu de frente com o Citroën de Eloir, que puxava um reboque e seguia no sentido oposto. Entre os feridos estava o Cabo Lázaro, que sofreu afundamento de crânio e foi transferido para um hospital em Uberlândia para receber atendimento especializado. As vítimas presentes na picape faleceram no local. A mãe de Lázaro, dona Lídia, de 74 anos, não resistiu aos ferimentos e também faleceu em função do acidente.
A Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar de Minas Gerais, o Corpo de Bombeiros, o SAMU e a concessionária da rodovia atenderam à ocorrência, enquanto a perícia da Polícia Civil foi acionada para os procedimentos de praxe. O tráfego na BR-365 precisou ser parcialmente interditado e seguiu no sistema de pare e siga até a liberação completa da via.