No total, 100.000 testes devem ser realizados até a sexta-feira em cinco pontos da capital, o equivalente a 3,3% da população do Distrito Federal (3 milhões).
Centenas de pessoas foram em seus veículos nesta terça para o estacionamento do estádio de futebol Mané Garrincha, um dos cinco pontos designados e onde 5.000 testes rápidos foram disponibilizados para o primeiro dia de operações.
O procedimento, que dura apenas alguns minutos, é realizado sem que as pessoas saiam do carro.
Uma picada no dedo é suficiente para coletar uma amostra de sangue e determinar se houve ou há contágio.
Aqueles com sintomas também tiveram que ser submetidos à medição da temperatura.
“Temos que ter mais de 70% de isolamento social, conseguimos achatar nossa curva de crescimento do vírus e agora chega outra etapa muito importante, que são os testes em massa”, afirmou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
Na segunda-feira, Brasília registrou 872 casos e 24 mortes pelo novo coronavírus, com uma taxa de mortalidade de 2,8%, abaixo da média nacional de 6,3%.
No total, o Brasil ultrapassou 40.000 casos e 2.500 mortes, e o Ministério da Saúde espera que o país alcance a fase mais difícil de contágio em maio.
Antonio Guimarães, 65 anos, foi ao estádio Mané Garrincha com seus filhos e nora. Casado com uma enfermeira, Guimarães disse que sentia “sintomas leves”.
“Somos cinco em casa, precisamos mesmo evitar para infectar a família”, afirmou.
Marcos Limera, médico encarregado de coordenar o projeto piloto, expressou satisfação com os números na capital.
“Acho que o prognóstico é muito bom na cidade. Estamos conseguindo conter os casos da COVID-19 e agora vamos saber mais com esses exames”, declarou.
O Brasil não se destaca pelo percentual de exames diagnósticos realizados. Os especialistas estimam que os números estejam entre 12 e 15 vezes menores que o cenário real.
O governador Rocha disse que espera realizar até 450.000 testes (15% da população) e que as informações obtidas orientarão a tomada de decisão sobre a reabertura de atividades no Distrito Federal, em quarentena parcial.
O presidente Jair Bolsonaro expressa constantemente sua insatisfação com as medidas de distanciamento social e na semana passada demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por divergências a esse respeito.
O novo ministro, oncologista Nelson Teich, diz que expandirão os testes de diagnóstico para avaliar uma eventual saída da quarentena no Brasil.
Fonte: Estado de Minas.