A trégua entre Irã e Israel, anunciada após semanas de confrontos e intensificação da crise regional, foi oficialmente reconhecida por ambas as partes nesta terça-feira, 24 de junho. Apesar da suspensão dos ataques, o cenário ainda é marcado por tensão e disputas sobre quem teria forçado a rendição do outro. Enquanto o Irã comemora o que chama de “vitória militar e estratégica”, Estados Unidos e Israel atribuem o cessar-fogo à destruição de estruturas nucleares iranianas por forças norte-americanas.
Em nota divulgada na manhã desta terça, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã afirmou que a resposta militar do país à ofensiva israelense foi eficaz e forçou o recuo de Tel-Aviv. O comunicado cita, inclusive, o ataque à base aérea de Al-Udeid, no Catar — usada por tropas dos EUA — como parte da estratégia de “resposta proporcional” do Irã.
“A vitória forçou o inimigo a se arrepender e aceitar a derrota”, diz o texto, destacando que as forças iranianas continuam em alerta, com “as mãos no gatilho”, prontas para reagir a qualquer novo movimento hostil.
Em contraste, o presidente dos EUA, Donald Trump, relatou que tanto Israel quanto o Irã o procuraram “quase simultaneamente” pedindo o cessar-fogo. Em seu discurso, Trump afirmou que o ataque norte-americano a instalações nucleares iranianas foi determinante para a trégua. “O mundo e o Oriente Médio são os verdadeiros vencedores”, declarou, destacando que o ataque a usinas como Fordow, Natanz e Esfahan inviabilizou o avanço do programa nuclear iraniano.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), embora não tenha confirmado oficialmente a extensão dos danos, reconheceu que é “muito provável” que as instalações tenham sido seriamente afetadas. Já o Irã nega que o programa nuclear tenha sido comprometido e reforça que suas atividades têm fins pacíficos, dentro dos limites do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).
A Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI) reagiu à ofensiva com o compromisso de restaurar integralmente suas atividades. “A indústria nuclear iraniana é resiliente e não pode ser erradicada. Continuaremos com nosso progresso, apesar das pressões externas”, declarou o porta-voz Behrouz Kamalvandi à agência estatal Tasnim News.
Tensão e vigilância persistem
Apesar do cessar-fogo anunciado, o clima ainda é de incerteza. O Irã acusou Israel de ter violado a trégua na manhã desta terça com um novo ataque aéreo, e prometeu “resposta proporcional a qualquer nova agressão”. Autoridades em Jerusalém e Teerã permanecem em vigília, monitorando o cumprimento do acordo.
Organismos internacionais como a ONU e a União Europeia reforçaram apelos para que a trégua seja mantida e ampliada, alertando para o risco de uma nova escalada.
Enquanto isso, o mercado internacional e a diplomacia global seguem atentos à possibilidade de retomada das negociações sobre o programa nuclear iraniano — fator crucial para os rumos futuros da estabilidade no Oriente Médio.































































