O povo brasileiro se despediu de uma das maiores vozes da geração. Preta Gil, cantora, atriz, empresária e ativista, faleceu no último Domingo, 20 de julho, aos 50 anos, em Nova York, onde se encontrava recebendo tratamento experimental contra um câncer no intestino. A informação foi confirmada pela família, por meio de nota divulgada pelo seu pai, Gilberto Gil.
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro. Sua trajetória artística se consolidou em 2003, com o álbum de estreia Prêt-à-Porter, que mesclava samba, pop e axé, além de lançar debates sobre o corpo feminino com sua capa ousada. Nos anos seguintes, lançou trabalhos como ’Preta’ (2005), ‘Sou Como Sou’ (2012) e ‘Todas as Cores’ (2017), sempre mesclando ritmo e discurso de empoderamento da população negra, mulheres, pessoas gordas e LGBTQIA+. Além da música, Preta foi reconhecida por seu ativismo. Abruptamente aberta sobre sua bissexualidade e pansexualidade, utilizou sua visibilidade para lutar contra a gordofobia, o racismo e a LGBTfobia. Criou o poderoso Bloco da Preta, no Carnaval do Rio de Janeiro, que se tornou símbolo de alegria, inclusão e pluralidade.
A despedida e a mobilização nacional
Em nota, o pai da artista afirmou:
“É com tristeza que informamos o falecimento de Preta Maria Gadelha Gil Moreira em Nova York, onde estamos neste momento cuidando dos procedimentos para sua repatriação ao Brasil”
A notícia gerou intensa comoção: artistas, fãs, órgãos de cultura e até o presidente Lula prestaram homenagens. A mensagem de Lula destacou:
“Preta era uma pessoa extremamente querida e admirada […] Os palcos e os carnavais que ela tanto animou sentirão sua falta”
Batalha contra o câncer e inspiração pública
Preta Gil assumiu publicamente sua luta contra o câncer mesmo após permanecer meses em remissão — em 2024, surgiram metástases na uretra, ganglios e peritônio. Em maio de 2025, buscou tratamentos em centros de referência nos Estados Unidos, incluindo o Memorial Sloan Kettering Cancer Center. Em suas falas, apelou à consciência pública sobre sintomatologia e prevenção:
“Se eu estivesse em casa, eu não estava mais aqui”.
Preta Gil deixa um filho, Francisco, e uma neta, Sol de Maria, além de uma comunidade cultural que a homenageou como símbolo de coragem, autenticidade e alegria pop. O impacto de sua trajetória transcende gerações – seja nas pistas de dança, nas passeatas do Carnaval ou nas bandeiras de combate gordofobia e racismo.































































