As contas bancárias do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram bloqueadas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida veio à tona nesta segunda-feira, 21 de julho, após o parlamentar relatar dificuldades ao tentar realizar duas transferências via Pix, frustradas por conta do bloqueio.
“Esse bloqueio já era esperado. É um passo natural de ditadura. Tentativa de asfixia financeira como forma de chantagem”, afirmou Eduardo Bolsonaro, por meio das redes sociais.
A decisão do ministro ocorre no contexto das investigações que apuram suposta tentativa de coação no curso de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o inquérito, o filho do ex-presidente estaria atuando junto ao governo dos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras, o que inclui a defesa por sanções a integrantes do Supremo.
Eduardo Bolsonaro está, por determinação de Moraes, proibido de manter contato com o pai. A medida visa evitar possíveis interferências na apuração das denúncias. Em declarações recentes, o deputado reafirmou seu compromisso com as articulações internacionais e disse estar disposto a seguir adiante, “mesmo sob condições difíceis”.
Sanções internacionais e escalada de tensão
Na última sexta-feira, 18 de julho, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ligado ao governo Trump, anunciou a suspensão dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de outros aliados na Suprema Corte.
“A política de caça às bruxas de Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura que viola os direitos dos brasileiros e também atinge os americanos. Ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados na corte e seus familiares, de forma imediata”, declarou Rubio.
A decisão norte-americana aumenta ainda mais a tensão entre setores da Justiça brasileira e aliados do ex-presidente, num cenário que mistura política, diplomacia e embates institucionais de alta voltagem.
