André Janones e ex-assessores podem pegar até 27 anos de prisão

Polícia Federal indiciou Janones e os ex-assessores Alisson Camargos e Mário Celestino nesta quinta (12) pelos crimes de associação criminosa, peculato e corrupção passiva

Foto: reprodução / Portal Metrópoles

Nesta quinta-feira, 12 de setembro, a Polícia Federal (PF) concluiu o indiciamento do deputado federal André Janones (Avante-MG) e de dois ex-assessores, Alisson Alves Camargos e Mário Celestino da Silva Júnior, em uma investigação sobre um suposto esquema de rachadinha em seu gabinete parlamentar. Janones é acusado de associação criminosa, peculato e corrupção passiva, crimes cujas penas máximas podem somar até 27 anos de reclusão. Camargos e Silva Júnior enfrentam acusações de associação criminosa e corrupção.

A investigação revelou que o patrimônio de Janones aumentou de forma desproporcional entre 2019 e 2020. O relatório policial aponta variações patrimoniais de R$ 64.414,12 e R$ 86.118,06, respectivamente, o que reforça as acusações de corrupção passiva. A PF descreve Janones como o “pivô central” do esquema, que envolvia a devolução de parte dos salários dos assessores, prática conhecida como rachadinha.

O caso foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a formalização da denúncia contra Janones. A PGR pode propor ação penal, requisitar novas investigações ou arquivar o processo. Camargos, que também foi indiciado, é candidato a vereador pelo PT em Ituiutaba, reduto de Janones. Após deixar o gabinete, ele assumiu o cargo de secretário municipal de Meio Ambiente.

O relatório de indiciamento revela que Camargos, que admitiu a devolução de salários em uma gravação, e Silva Júnior, que trabalhou para Janones em 2022, estão implicados no esquema. Os investigadores encontraram evidências de que os assessores devolveram parte de suas remunerações por meio de diversos mecanismos. No caso de Silva Júnior, foi descoberto que ele gastou R$ 1,1 milhão no cartão de crédito entre 2019 e 2023, apesar de sua renda ter sido de R$ 940 mil. Além disso, o assessor possuía um cartão adicional em nome de Janones, aparentemente usado para repassar parte de sua remuneração ao parlamentar.

A investigação também encontrou padrões de saques em espécie por parte de Camargos, que foram considerados indícios de corrupção passiva. A gravação do pedido de devolução de salários, exposta em novembro de 2023, levou a um pedido de cassação de Janones no Conselho de Ética da Câmara, embora o inquérito policial continue em andamento.

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