A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira, 29 de Julho, em Roma, na Itália, após uma operação conjunta entre a Polícia Federal brasileira, a Interpol e autoridades italianas. A ação resultou na localização da parlamentar, foragida desde maio, após uma denúncia feita pelo deputado italiano Angelo Bonelli.
Zambelli havia sido condenada em 14 de maio deste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, em razão da invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. A pena também prevê a perda do mandato, após esgotados todos os recursos, além do pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, a serem divididos com o hacker Walter Delgatti, também condenado.
A Polícia Federal (PF) confirmou a prisão por meio da Adidância Policial em Roma, e informou que Zambelli será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites da legislação italiana e dos acordos internacionais com o Brasil.
Reação do Partido Liberal
Após a prisão, a bancada do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados divulgou uma nota em defesa de Zambelli. Segundo o líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante, a deputada teria se apresentado voluntariamente às autoridades italianas, solicitando asilo político e negando qualquer tentativa de fuga.
Na nota, a liderança do PL afirma que o episódio revela “o avanço de um estado de exceção camuflado” no Brasil, alegando que o Judiciário estaria exercendo funções além de suas competências constitucionais. O partido também manifestou preocupação com o que considera um “silêncio cúmplice” de instituições diante da criminalização da oposição política.
“Hoje é Carla Zambelli. Amanhã, será qualquer um de nós”, diz um trecho do documento, que conclama outras bancadas a se posicionarem contra o que classifica como cerceamento de liberdades democráticas.
Próximos passos
Com a prisão confirmada, Zambelli agora enfrentará o processo de extradição de acordo com as normas italianas. Não há prazo definido para o seu retorno ao Brasil, que dependerá de decisões judiciais e diplomáticas. A situação reacende o debate sobre os limites entre justiça, perseguição política e liberdades constitucionais.































































