O vice-governador em exercício de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), formalizou um pedido ao Ministério da Fazenda para saber se a União tem interesse em assumir o controle de estatais mineiras — como Cemig, Copasa, Codemig e a Empresa Mineira de Comunicação (EMC) — como forma de abater parte da dívida estadual, que gira em torno de R$ 165 bilhões. O ofício foi enviado entre a última quarta e quinta-feira , após o BNDES indicar que a avaliação dos ativos só deve ficar pronta em 2026, quando o prazo de adesão ao novo programa de pagamento da dívida, o Propag, já terá expirado.
Em coletiva nesta sexta, 13 de junho, Simões alfinetou os ministros, da fazenda – Fernando Haddad (Fazenda), e das Minas e Energia Alexandre Silveira, exigindo uma posição clara do governo federal: “Preciso que eles se decidam. A União tem que me dizer sob qual modelo quer a Cemig — se como corporação ou como está hoje”. A confusão gira em torno do chamado tag along, direito dos acionistas minoritários em caso de mudança no controle da empresa. Para evitar custos extras com essa oferta, o Estado cogita transformar a Cemig em uma corporação antes da federalização, o que eliminaria essa obrigação — algo que Silveira critica, mas que, segundo Simões, foi exigido informalmente por Haddad.
O governo mineiro também questionou se a União pretende absorver a Copasa — o que, segundo Simões, já foi negado informalmente —, e quer saber se teria interesse em se tornar sócia da Codemig, total ou parcialmente. Já sobre a EMC, a proposta foi a de repassar à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) as antenas da Rede Minas e da Rádio Inconfidência. Caso não haja interesse do governo federal, Simões disse que não vai contratar o BNDES para avaliar essas empresas, já que os custos da precificação seriam bancados por Minas.
A adesão ao Propag exige que o Estado ofereça ativos equivalentes a pelo menos 20% da dívida, ou cerca de R$ 34 bilhões, para ter acesso a juros mais baixos e manter investimentos obrigatórios em áreas como educação, segurança e saneamento. A oposição na Assembleia Legislativa, no entanto, defende que apenas a federalização da Codemig já seria suficiente para alcançar esse percentual — e pressiona para que a empresa seja a única incluída na proposta inicial.






























































