A taxa adicional de US$ 250 (cerca de R$ 1.323) para emissão de visto dos Estados Unidos, que entraria em vigor em outubro, foi suspensa nesta segunda-feira, 22 de setembro, segundo informou a U.S. Travel Association, entidade que representa o setor de turismo norte-americano.
A decisão foi fruto de negociações com o Congresso, mas, por enquanto, tem caráter provisório. A entidade destacou que ainda serão necessárias novas conversas com o governo para definir se a cobrança será cancelada de vez ou apenas adiada.
A nova taxa havia sido sancionada em julho pelo ex-presidente Donald Trump e começaria a valer a partir de 1º de outubro, data de início do novo ano fiscal dos EUA. Atualmente, o visto para turismo, estudo ou trabalho custa US$ 185 (R$ 979).
Além da tarifa extra, os viajantes teriam que pagar ainda US$ 24 (R$ 126,96) para preencher o formulário I-95, documento obrigatório que registra a entrada no país. Na prática, o valor final do visto poderia saltar para cerca de US$ 459 (R$ 2.429), segundo os cálculos da associação.
Em nota, a U.S. Travel Association comemorou a suspensão parcial da cobrança, classificando-a como uma “vitória temporária”. “A associação está agora pressionando legisladores e o governo para adiar indefinidamente a implementação da taxa”, diz o texto.
A entidade argumenta que a medida colocaria os Estados Unidos em desvantagem frente a outros destinos turísticos, prejudicando um setor que movimenta milhões de dólares com hotéis, restaurantes e passeios. A preocupação aumenta diante do calendário esportivo: em 2026, o país será sede da Copa do Mundo da Fifa, um evento que deve atrair milhões de visitantes internacionais.
As conversas com o Congresso também abordaram os atrasos crônicos na concessão de vistos. Segundo a associação, os parlamentares destinaram US$ 517 milhões para ampliar o processamento de passaportes e vistos, com a promessa de acelerar as aprovações por meio de turnos estendidos de trabalho e novas tecnologias.
A lei sancionada por Trump prevê a possibilidade de reembolso da taxa, mas de forma bastante restritiva. O viajante só poderia reaver o valor ao fim da validade do visto – que, no caso de turistas, dura dez anos. Ou seja, seria necessário esperar uma década para ter acesso ao dinheiro.
O reembolso dependeria de três condições: comprovar que não tentou retornar aos EUA após o vencimento do visto; demonstrar que cumpriu todas as regras durante a estadia; ou ter solicitado a extensão, mudança ou ajuste do visto dentro do prazo.
Por enquanto, a suspensão da tarifa traz alívio para brasileiros que planejam viajar aos Estados Unidos. Ainda assim, a incerteza permanece, já que o futuro da taxa será decidido nas próximas rodadas de negociações entre governo e Congresso norte-americano.































































