Uma pesquisa realizada pela Associação Mineira de Municípios (AMM) acendeu um sinal de alerta sobre a falta de vacinas em Minas Gerais. O levantamento, divulgado na quarta-feira, 11 de junho, aponta que 89,5% das cidades consultadas relatam desabastecimento da vacina contra a varicela (catapora), com alguns municípios enfrentando atrasos superiores a dois anos no recebimento das doses.
A pesquisa ouviu 190 prefeituras de todas as regiões do Estado, e revelou também a ausência de outros imunizantes essenciais, como os contra Covid-19, dengue, tetraviral – que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora e mpox – varíola dos macacos.
Segundo os dados:
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89,5% das cidades relataram falta da vacina contra a catapora;
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32% não receberam doses contra Covid-19 para crianças, e 23,8% para adultos;
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30,8% enfrentam desabastecimento da vacina tetraviral;
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25,6% não têm acesso à vacina Qdenga, contra a dengue;
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16,3% estão sem o imunizante contra mpox.
Diante do cenário, a AMM classificou a situação como uma ameaça à saúde pública e oficiou o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) cobrando ações imediatas. Em nota, a associação destacou o risco de reintrodução de doenças já controladas, como o sarampo e a rubéola, além do comprometimento do calendário vacinal da população e aumento nas filas de espera por imunizantes.
“Estamos diante de uma crise de saúde pública que não pode ser ignorada. É papel da AMM dar voz aos municípios e cobrar do Ministério da Saúde um plano urgente, eficaz e transparente para o reabastecimento das vacinas”, afirmou o presidente da entidade e prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão.
A assessora técnica da área da saúde da AMM, Juliana Marinho, reforçou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) está comprometido. “É urgente que o Ministério da Saúde apresente um cronograma concreto de distribuição e garanta o fornecimento contínuo de vacinas a todas as cidades mineiras”, alertou.
Segundo os municípios consultados, a principal causa do desabastecimento é o envio insuficiente de doses por parte do Ministério da Saúde.
Em âmbito nacional, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) também revelou preocupação semelhante: em um estudo recente, identificou que uma em cada três cidades brasileiras enfrenta problemas no abastecimento de vacinas — com a varicela liderando os relatos de ausência, presente em 32% dos municípios brasileiros.
A AMM aguarda resposta oficial das autoridades estaduais e federais e defende uma logística mais eficiente e descentralizada para a distribuição dos imunizantes.































































