Os dois detentos que escaparam do Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram capturados nesta quinta-feira (4) em Marabá, no Pará, após 50 dias de busca. A distância entre as duas cidades é de aproximadamente 1.500 km.
A notícia foi confirmada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A operação de busca foi conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Rogério da Silva Mendonça, 36 anos, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, apelidado de Deisinho, foram detidos no início da tarde de quinta-feira na BR-222, em Marabá. Segundo informações do Ministério da Justiça, a informação indicava que a dupla estava planejando fugir para o exterior.
Os dois escaparam da penitenciária federal na madrugada de 14 de fevereiro, às 3h47. Ambos são membros do Comando Vermelho (CV) e foram transferidos de um presídio estadual do Acre para a prisão em Mossoró após uma rebelião que resultou em cinco mortes.
Rogério e Deibson estavam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), com regras mais rigorosas do que as do regime fechado. Nesse tipo de unidade, há um espaço para banho de sol individual para evitar contato entre os detentos.
Eles escaparam através de um buraco no teto de suas celas, que são individuais na instituição, e cortaram a cerca do presídio com um alicate encontrado em um canteiro de obras.
Entenda o caso
A fuga foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal e gerou a primeira crise de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça e Segurança Pública, dias após a posse dele no cargo. Isso porque expôs falhas na segurança da unidade federal, incluindo câmeras desativadas e iluminação precária. Os fugitivos conseguiram escapar ao danificar a estrutura da luminária e cortar as grades externas com alicates.
A demora na recaptura estava prejudicando a imagem do governo federal. Lewandowski, inclusive, evitou divulgar os dados sobre os gastos relacionados à operação de recaptura.
De acordo com informações obtidas através do site O TEMPO Brasília, 34 dias de buscas custaram cerca de R$ 1,5 milhão aos cofres públicos.