O hacker Walter Delgatti Neto foi condenado a 20 anos e um mês de prisão pela Justiça Federal do Distrito Federal na última segunda-feira (21/08). Delgatti foi um dos responsáveis pelo vazamento de mensagens de celulares de autoridades da Operação Lava Jato e foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Spoofing.
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, substituto da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal do DF, foi responsável pela sentença.
Segundo o magistrado, Delgatti recebeu uma condenação severa porque seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas autoridades públicas, principalmente agentes responsáveis pela persecução penal, além de diversos outros indivíduos com destaque social.
A investigação contou com um total de 126 vítimas do crime de interceptação indevida de comunicações telemáticas. Conforme a decisão do juiz, os ataques cibernéticos praticados por Delgatti foram direcionados a autoridades públicas e indivíduos com destaque social.
Durante a investigação, ficou evidente que Delgatti tentou negociar o repasse do material obtido pelo hackeamento por R$ 200 mil. O juiz afirmou que inúmeras autoridades foram hackeadas, não somente agentes públicos da Lava Jato. O escopo das vítimas é vasto e poderia render inúmeras ocasiões de extorsão.
Na sentença, o juiz também condenou outras quatro pessoas pelas invasões cibernéticas: Gustavo Henrique Elias Santos (13 anos e 9 meses), Thiago Eliezer Martins Santos (18 anos e 11 meses), Suelen Priscila de Oliveira (6 anos) e Danilo Cristiano Marques (10 anos e 5 meses). Luiz Henrique Molição também foi condenado, porém, recebeu perdão judicial por causa de sua colaboração premiada.
A Operação Spoofing começou a apurar uma possível invasão do aparelho do então ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro. Os ataques foram realizados pelo aplicativo Telegram e durante a investigação, Delgatti confessou a invasão.