A Polícia Civil de Ituiutaba apura uma denúncia de possíveis agressões sofridas por uma criança de 5 anos, diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA), matriculada na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do município Tijucano. O caso veio à tona após os pais identificarem lesões no corpo da menina ao buscá-la na unidade de ensino.
De acordo com informações apuradas pela equipe de jornalismo do Canal Janela Aberta, o pai buscou a criança na tarde da última sexta-feira, 5 de dezembro. Já em casa, durante a troca de fraldas, a mãe percebeu marcas de lesões no corpo da filha. Diante da situação, o casal entrou imediatamente em contato com funcionários da instituição, encaminhando fotos e vídeos das marcas por aplicativo de mensagens e solicitando esclarecimentos à direção.
Ainda conforme a apuração, os pais retornaram à escola e questionaram a diretora da APAE sobre a possível origem das lesões, mas não obtiveram uma explicação conclusiva. A professora responsável pela turma também foi chamada e informou que não presenciou nenhuma situação incomum, nem viu qualquer outro aluno se aproximar da criança de forma agressiva. A docente relatou ainda que a sala possui oito alunos, todos com diagnóstico de TEA, não conta com professor auxiliar e que a troca de fraldas é realizada dentro da própria sala.
Ademais, foi questionado se havia qualquer histórico de conduta inadequada envolvendo a professora ou outros profissionais da instituição. Porém, os servidores disseram que não existem denúncias anteriores ou reclamações por parte de outros pais contra a educadora ou demais profissionais que trabalham na escola.
A mãe da criança informou ainda que, no mesmo dia em que percebeu as lesões, a filha realizou sua primeira sessão de fisioterapia. Questionada, a fisioterapeuta afirmou que não observou qualquer marca ou ferimento no corpo da criança durante o atendimento.
Outro ponto levantado pela família é que uma médica da própria APAE e outras servidoras teriam afirmado que as lesões seriam antigas. A mãe, no entanto, discorda dessa versão, alegando que a filha possui hipersensibilidade sensorial, o que faz com que não aceite contato físico intenso, como abraços mais firmes, o que, segundo ela, facilitaria a identificação de qualquer lesão anterior.
Os pais solicitaram acesso às imagens do sistema de videomonitoramento da instituição, mas foram informados pela direção de que o equipamento estaria danificado, impossibilitando o fornecimento das gravações.
Diante da situação, o Conselho Tutelar foi acionado e uma conselheira compareceu ao local. A Polícia Militar também foi chamada. Seguindo orientação do Conselho, a criança foi encaminhada ao Pronto-Socorro Municipal para a realização do exame de corpo de delito.
O inquérito policial agora aguarda o laudo médico para dar continuidade às investigações. A Polícia Civil de Minas Gerais deverá ainda recolher os equipamentos de videomonitoramento da unidade para perícia e análise técnica. Servidores da instituição também serão ouvidos nos próximos dias.
A investigação segue em andamento para esclarecer como as lesões ocorreram e se houve eventual responsabilidade de profissionais da escola.































































