Robinho, ex-jogador do Santos e da Seleção Brasileira, passará o Natal e o Réveillon na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, sem direito à saída temporária. Condenado pela Justiça italiana a nove anos de prisão por estupro coletivo, ocorrido em Milão em 2013, ele cumpre pena no regime fechado, o que impede o benefício. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) confirmou a informação nesta segunda-feira (16).
Segundo a legislação brasileira, somente detentos em regime semiaberto podem usufruir de saidinhas temporárias, benefício condicionado ao bom comportamento e ao cumprimento parcial da pena. Para crimes hediondos, como o estupro, o réu primário deve cumprir pelo menos 40% da sentença em regime fechado antes de pleitear progressão. No caso de Robinho, isso representa aproximadamente três anos e sete meses.
Preso desde 21 de março, o ex-jogador foi detido pela Polícia Federal em sua residência em Santos, após a Justiça brasileira homologar a sentença italiana. Desde então, ele está na penitenciária conhecida como o “presídio dos famosos”, que já recebeu detentos como Alexandre Nardoni e Suzane von Richthofen, envolvidos em crimes de grande repercussão no país.
Na prisão, Robinho participa de atividades educativas e esportivas, incluindo partidas de futebol e cursos profissionalizantes, como Eletrônica Básica, Rádio e TV. Além disso, frequenta cultos religiosos e grupos de leitura, que podem contribuir para a redução de sua pena. No entanto, a Justiça brasileira negou pedidos recentes de sua defesa para reclassificar o crime como comum, o que reduziria o tempo de cumprimento da pena em regime fechado.
O crime ocorreu em uma boate em Milão, quando Robinho e outros cinco homens estupraram uma jovem albanesa inconsciente. Apesar de alegarem que a relação foi consensual, a condenação foi confirmada em última instância na Itália em 2022. Como o Brasil não extradita cidadãos natos, a Justiça italiana solicitou a transferência da pena, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Com 40 anos, Robinho vive uma rotina modesta em Tremembé, dividindo cela com outro detento e recebendo visitas da família nos fins de semana. A SAP informou que a penitenciária não terá programação especial para as festas de fim de ano, e o ex-atleta seguirá cumprindo sua pena sem privilégios.