Na madrugada desta quarta-feira, 09 de julho, a Rússia lançou o maior ataque aéreo já registrado desde o início da guerra na Ucrânia, utilizando 728 drones — entre ofensivos e de disfarce — e 13 mísseis, entre eles hipersônicos e de cruzeiro. A ofensiva, considerada inédita em escala e complexidade, mirou principalmente centros logísticos ligados ao envio de armas ocidentais, como a cidade de Lutsk, próxima à fronteira com a Polônia.
Segundo autoridades ucranianas, o sistema de defesa conseguiu interceptar 296 drones e sete mísseis, além de neutralizar outros 415 drones por meio de interferência eletrônica. Apesar disso, parte dos mísseis teria atingido seus alvos, mas os danos ainda não foram detalhados.
O ataque ocorre em resposta direta ao anúncio feito pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que pretende retomar o envio de armamentos à Ucrânia caso reassuma o cargo. Trump também propôs sanções mais duras à Rússia, incluindo uma tarifa de 500% sobre o petróleo russo, o que aumentou ainda mais a tensão entre Moscou e o Ocidente.
Além de Lutsk, pelo menos dez regiões ucranianas foram alvo do bombardeio. Em Khmelnytskyi, uma pessoa morreu; em Kyiv, dois civis ficaram feridos. A Polônia, país-membro da OTAN, colocou suas forças de prontidão e chegou a mobilizar caças em caráter preventivo.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como uma demonstração clara de que Moscou não está interessada em negociações de paz. Ele voltou a defender a ampliação das sanções econômicas à Rússia, principalmente no setor energético.
Especialistas apontam que o ataque sinaliza uma possível escalada ainda maior do conflito. Há estimativas de que, em breve, a Rússia possa lançar até mil drones por noite, aproveitando o aumento da capacidade de produção interna.
Em resposta, Kiev continua executando ações retaliatórias dentro do território russo. Um dos ataques mais recentes, na região de Kursk, resultou na morte de uma criança de cinco anos, segundo autoridades locais.
A intensificação dos ataques, aliada à retórica cada vez mais hostil entre os envolvidos, levanta dúvidas sobre a viabilidade de qualquer solução diplomática no curto prazo. A guerra, que já ultrapassa dois anos, segue se agravando com o uso cada vez mais intensivo de tecnologia militar e envolvimento indireto de potências globais.































































