O governador Romeu Zema (Novo) se pronunciou na quinta-feira, 18 de setembro, pela primeira vez sobre a Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) na quarta-feira, 17 de setembro. A investigação apura um esquema de corrupção ligado à liberação irregular de licenças ambientais para mineração em Minas Gerais.
Durante evento em São Paulo, Zema afirmou que a Controladoria-Geral do Estado (CGE) já vinha apurando condutas suspeitas antes da operação federal. “Já havia suspeita por parte da Controladoria-Geral do Estado, que já estava fazendo diversas averiguações. E eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que estejam realmente envolvidos em qualquer ato ilegal”, declarou o governador.
Segundo ele, é “um absurdo usar a estrutura do Estado em benefício pessoal para poder ter algum tipo de ganho financeiro”. Zema destacou ainda que uma das bandeiras de sua gestão é o combate à corrupção.
Exonerações
Desde a deflagração da Operação Rejeito, o governo mineiro exonerou cinco pessoas de cargos estratégicos. Entre os desligados estão João Paulo Martins, presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), além de quatro servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad):
-
Breno Esteves Lasmar, diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF);
-
Arthur Ferreira Rezende Delfim, diretor de regularização ambiental da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam);
-
Fernando Baliani da Silva;
-
Lirriet de Freitas Libório Oliveira.
As medidas foram tomadas após a PF revelar que mais de R$ 3 milhões em propina teriam sido pagos a agentes públicos para favorecer empresas interessadas em obter licenciamentos e autorizações ambientais ilícitos.
De acordo com as investigações, além do envolvimento direto de servidores, o grupo também contava com a atuação de lobistas junto a políticos, principalmente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O objetivo era barrar projetos de lei que previam maior proteção a áreas ambientais, como a Serra do Curral, alvo constante de disputas ligadas à mineração.
A operação trouxe à tona suspeitas de que alterações em decretos do governo estadual favoreceram empresas investigadas. O caso gerou grande repercussão política e aumentou a pressão sobre a gestão de Zema, que, até então, havia deixado o posicionamento público a cargo do secretário de Comunicação, Bernardo Santos.
Nesta quinta-feira, ao reforçar que o Executivo estadual já estava atento às irregularidades, o governador buscou mostrar alinhamento às investigações. “O Estado de Minas Gerais está colaborando com total transparência. Queremos que a verdade venha à tona e que os culpados sejam responsabilizados”, concluiu.































































