Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entraram em uma “argumentação paralela” durante seus discursos feitos na última terça-feira, 11 de Março de 2025, durante um evento promovido pela siderúrgica Gerdau. O governador do estado seguiu, conforme o fez nos últimos meses, criticando os vetos do Governo Federal ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag), uma vez que eles impactam diretamente a estratégia do estado de Minas para equilibrar suas finanças.
Na mesma ocasião, críticas ao governo PT também foram tecidas pelo governador. Ele criticou, em especial, a situação na qual se encontrava o estado quando assumiu o cargo no início de 2019, após a gestão de Fernando Pimentel (PT), afirmando que o estado estava “desmoronando” sob a direção do partido. Zema afirma ter revertido este quadro fazendo “o que toda empresa faz, com gente competente” e um “secretariado escolhido igual a Fiat contrata”. Ele também afirmou que o Estado de Minas conta “com o menor número de secretarias – 14”, pois, ainda segundo ele, a qualidade superaria quantidade no que diz respeito aos cargos públicos mencionados.
Durante a fala de encerramento do mesmo evento, ainda na presença de Zema, Lula rebateu as críticas do governador de Minas, dizendo que tem “muito orgulho de poder olhar na cara do governador Zema e dizer para ele: nunca antes na História do Brasil teve um presidente da República que fizesse a quantidade de investimentos que fizemos em Minas Gerais”. Ele continuou, afirmando que os investimentos do Governo Federal já somam, em dois anos, o montante de R$150 bilhões. Lula foi além, e confrontou Zema, que governa Minas a 6 anos: “no próximo discurso que ele fizer, quero que me diga quanto Bolsonaro investiu em Minas Gerais”, declarou o Presidente.
A mídia nacional reportou a situação como uma “troca de farpas” entre os governantes, que são considerados antagonistas políticos. Rebatendo Lula, Romeu Zema voltou a criticar, na quarta-feira (12/03), o governo PT, afirmando que, em 2016, durante o Governo Dilma Rousseff, “o Brasil mergulhou na maior recessão de sua história”.
Porém, em declaração anterior dada em fevereiro de 2024, o governador afirmou que “aprendeu a trabalhar com quem pensa diferente”, e que todos “podemos pensar diferente, o que é normal, mas a boa convivência, sem extremismos, em uma conversa transparente e republicana é o que vai fazer a vida dos mineiros melhorar”.
Apesar deste antagonismo, Lula afirmou que trata Romeu Zema “bem, porque gosto dele e sou republicano. Não é por ser do meu partido, mas porque ele foi eleito e merece respeito”.
O cenário político brasileiro segue a tendência de acirramento entre representantes políticos no ano que antecede imediatamente as eleições, no qual ergue-se um cenário em que tudo pode contribuir positiva ou negativamente para a construção da imagem destes representantes diante de seu atual e futuro eleitorado.