María Corina Machado, uma das principais líderes da oposição na Venezuela, afirmou hoje que seu grupo pode provar que venceu as eleições realizadas no último domingo, 28 de julho. A declaração, feita em uma entrevista coletiva, lança luz sobre a crescente tensão política no país e levanta novas dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral.
Machado, que foi barrada de participar do pleito devido a uma investigação por suposta fraude eleitoral, apresentou evidências que, segundo ela, corroboram a vitória da oposição. “Se eles [governo Maduro] entregarem as atas de votação verdadeiras, aquelas que publicaram e imprimiram e que nós temos, terão que corrigir a verdade que viram nas ruas”, declarou Machado, referindo-se às alegações de irregularidades e manipulação de votos.
A líder oposicionista afirmou que a oposição conquistou 73% dos votos apurados, com Edmundo González Urrutia, seu candidato, recebendo 6,270 milhões de votos. Em contraste, Nicolás Maduro, o atual presidente e candidato à reeleição, teria obtido 2,759 milhões de votos. Segundo Machado, mesmo que todas as atas restantes fossem favoráveis a Maduro, a diferença já seria tão grande que não alteraria o resultado final. “A diferença foi tão grande, foi uma diferença avassaladora”, enfatizou.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão responsável pela supervisão das eleições, anunciou que Nicolás Maduro venceu o pleito com 51,2% dos votos, com 80% das urnas já apuradas. A oposição, no entanto, não reconhece o resultado e acusa o governo de fraude massiva.
A controversa eleição gerou um clima de crise política e tensão crescente no país. O CNE é amplamente criticado por suposta parcialidade em favor do governo de Maduro, e as acusações de fraude têm alimentado a polarização política na Venezuela.
A situação é ainda mais complicada pela proibição de María Corina Machado de concorrer às eleições. Ela é alvo de uma investigação pelo Ministério Público da Venezuela, que a acusa de tentar fraudar o sistema eleitoral e adulterar as atas das eleições. A investigação é vista por muitos como uma tentativa de silenciar a principal voz da oposição.
Enquanto isso, a comunidade internacional observa de perto a crise venezuelana, com diversos países e organizações manifestando preocupações sobre a transparência e a integridade do processo eleitoral.
À medida que a situação se desenrola, o país permanece em um estado de incerteza política, com a oposição e o governo em um confronto direto que pode moldar o futuro da Venezuela nos próximos meses.