Em meio a uma crescente pressão internacional sobre a transparência das eleições na Venezuela, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atualizou os resultados do pleito presidencial nesta sexta-feira, 2 de agosto. Nicolás Maduro foi confirmado como vencedor da eleição com 51,95% dos votos, enquanto seu principal opositor, Edmundo González, obteve 43,18%, de acordo com o CNE.
O anúncio dos resultados veio após uma interrupção nas apurações no domingo, 28 de julho, quando Maduro já era indicado como presidente reeleito. No entanto, a oposição contesta fortemente o resultado, alegando que as contagens paralelas realizadas por seus próprios representantes indicam que González venceu com 67% dos votos, enquanto Maduro teria obtido apenas 30%. A oposição demanda que o CNE apresente as atas eleitorais completas, ou seja, os boletins das urnas que confirmariam o resultado oficial.
A falta de transparência nas apurações e a ausência das atas eleitorais têm gerado críticas de diversos países, incluindo o Brasil, que exigem uma maior clareza sobre o processo eleitoral. Em resposta às alegações da oposição, Estados Unidos, Argentina e Uruguai declararam reconhecimento de Edmundo González como o presidente eleito com base nas contagens divulgadas pelos adversários do governo Maduro.
Para tentar esclarecer as discrepâncias e aumentar a transparência, a Suprema Corte da Venezuela iniciou uma auditoria dos resultados das eleições nesta sexta-feira. A Corte convocou todos os 10 candidatos presidenciais para uma sessão especial, que teve início às 15h15, no horário de Brasília. No entanto, Edmundo González não compareceu à sessão devido a ameaças de prisão emitidas pelo regime de Maduro. Juntamente com Corina Machado, outro líder da oposição, González enfrenta uma situação delicada que limita sua capacidade de participar ativamente das investigações.
A atual crise política e a falta de consenso sobre o resultado das eleições exacerbam a tensão no país, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos e aguardando maiores esclarecimentos sobre o processo eleitoral.
Desafios e reações internacionais
A situação na Venezuela continua a ser um ponto de controvérsia global, com diversos países e organizações internacionais pressionando por uma investigação transparente e pela apresentação dos documentos eleitorais. A disputa política interna e a contestação dos resultados refletem um cenário de grande instabilidade, com implicações significativas para a governança e a estabilidade do país.