A taxa de mortalidade no Brasil voltou ao patamar pré-pandemia. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, divulgada nesta quarta-feira (4/11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2019, ocorreram 1,3 milhão de óbitos no Brasil. Nos anos de pandemia de COVID-19, atingiu-se 1,6 milhão em 2020, 1,8 milhão em 2021 e, em 2022 e 2023, 1,5 milhão em cada ano. Durante a emergência sanitária global, o crescimento anual de mortes em 2020 foi de 15,3%, e de 17,7% em 2021. Em 2022 caiu 15,7% e, em 2023, reduziu 5,2%. Analisando-se o período anterior à pandemia (2010 a 2019), o crescimento médio anual foi de 1,0%. A expansão entre 2019 e 2023 foi de 8,4%, e a variação média anual dos óbitos nesse período foi de 2,0%.
De 2019 a 2023, a taxa de mortalidade bruta no país apontou o impacto da pandemia na saúde da população, com crescimento expressivo dessa estatística em 2020 e 2021. Obtida pelo número de óbitos dividido pela população, essa taxa aumentou de 6,5 para 6,9 para cada mil habitantes entre 2019 e 2023, ou seja, crescimento de 6,5%, valendo lembrar também dos picos no período pandêmico (7,4 em 2020 e 8,7 em 2021).
Homens pretos ou pardos mais jovens foram a maioria dos óbitos no país em 2023
Em 2023, homens pretos ou pardos mais jovens formaram a maioria das mortes no Brasil (17,3% do total de óbitos) em todas as faixas etárias até 69 anos. Até 9 anos de idade, as mulheres pretas ou pardas são as segundas que mais morrem (0,7%). Já a partir de 10 anos, em segundo lugar, ficaram os homens brancos até 69 anos (11,3% do total de óbitos). Com isso, a partir dos 10 anos, as mulheres pretas ou pardas ocuparam o terceiro lugar no ranking (de 10 a 59 anos, 4,1%), e morreram, portanto, mais cedo do que as brancas. Essas últimas passaram a ter mais óbitos do que as primeiras acima dos 60 anos de idade, predominando a partir dos 80 anos.
No grupo de idade acima dos 60 anos, os percentuais de óbitos de acordo com sexo e cor ou raça foram os seguintes em 2023: mulher branca (20,5%), homem branco (18,9%), homem preto ou pardo (15,6%) e mulher preta ou parda (13,8%).
“Na comparação das pirâmides etárias dos óbitos desagregados por sexo e cor ou raça, observa-se que, em 2023, há um retorno ao padrão de 2019, após os movimentos incomuns causados pelo aumento da mortalidade por COVID-19. Além disso, a velhice brasileira se reafirma como branca e, acima dos 80 anos, feminina”, afirma Clician Oliveira, analista da SIS.
Comparando 2019 a 2023, do crescimento de 8,4% dos óbitos totais no Brasil, o grupo outras doenças por vírus corresponderam à segunda maior composição absoluta da taxa (0,8 p.p.), atrás somente de neoplasias (tumores) malignas (os) (1,3 p.p.). Juntos, esses dois grupos alcançaram, em 2023, aproximadamente 2,0 p.p. na taxa de variação de óbitos.
Mesmo apresentando redução significativa de 2022 (65,8 mil óbitos) a 2023 (10,0 mil óbitos), a COVID-19 continuou sendo importante causa de perda de vidas no ano passado, correspondendo a 97,1% dos óbitos registrados no grupo outras doenças por vírus.
Mais sobre a pesquisa
A Síntese de indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2024, sistematiza informações sobre a realidade social e as condições de vida da população brasileira.
O estudo traz indicadores de 2012 a 2024 sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza), condições de moradia; educação; e condições de saúde. Os recortes geográficos incluem grandes regiões, unidades da federação e, em alguns indicadores, municípios das capitais.
Nesta edição, foram apresentadas novas análises, como a de indicadores de condições de vida segundo estratos geográficos, que os abordam de forma mais granular no território; a de condições de moradia segundo situação de pobreza monetária; entre outras.
As informações são da Agência GOV.