Francisco Oliveira de Faria, de 35 anos, foi preso nesta sexta-feira, dia 13 de dezembro de 2024, em Patrocínio (MG), após ser acusado de agredir brutalmente sua enteada de 11 anos em um motel em Contagem (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). O caso chocou o país e revelou um padrão de violência do suspeito, que já era conhecido pelas autoridades por ataques contra outras mulheres. Ele foi preso após um cerco organizado pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) em parceria com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
De acordo com a Polícia Civil, Francisco tem um histórico de agressões físicas e psicológicas contra ex-companheiras, garotas de programa e até uma parente, sempre com o mesmo modus operandi: estrangulamento, mordidas e golpes que incluíam bater as cabeças das vítimas no chão. A delegada Mellina Clemente, responsável pelo caso, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (16) que o comportamento violento do suspeito é recorrente. “Pelo perfil dele e pela gravidade das agressões, acreditamos que mais vítimas possam aparecer com o avanço das investigações”, disse.
O episódio envolvendo a menina ocorreu na última quarta-feira (11). Francisco, que morava com a mãe da vítima em Divinópolis há cerca de cinco meses, convenceu a mulher a viajar com ele e sua filha para Contagem, sob o pretexto de apresentá-la à sua família. Durante a viagem, ele alegou que faria uma parada rápida em um shopping e buscaria o filho na casa da ex-esposa. Em seguida, enganou a enteada para que entrasse sozinha com ele em um motel, ordenando que ela se abaixasse no banco do carro para não ser vista.
Dentro do quarto, Francisco agrediu a menina com socos, chutes e tentativas de estrangulamento, além de mordê-la nas costas, lábios e pescoço. A vítima relatou que chegou a desmaiar e acordou ao perceber que ele ameaçava afogá-la em uma banheira cheia. Aproveitando um momento de distração do agressor, que havia saído para o carro, a menina fugiu e pediu ajuda à gerência do motel. Ela foi levada à UPA Ressaca, onde recebeu atendimento médico, psicológico e social.
Exames confirmaram que não houve conjunção carnal, mas a polícia investiga o caso como estupro de vulnerável e tentativa de feminicídio.
Após o crime, Francisco fugiu e foi localizado em uma operação da Polícia Militar Rodoviária na MG-188, em Patrocínio. Ele estava a caminho de Londrina, no Paraná, segundo um mapa encontrado em seu veículo, uma Volkswagen Saveiro branca, o mesmo utilizado no crime. Na abordagem, o suspeito confessou ser dependente químico e afirmou ter usado maconha momentos antes.
Com ele, os policiais apreenderam uma bucha de maconha, um anel e R$ 1.414,35 em dinheiro. Além do mandado de prisão já emitido pelo caso da enteada, Francisco possui passagens anteriores por agressões semelhantes. Em 2017 e 2023, duas garotas de programa denunciaram ataques que seguiram o mesmo padrão de violência. A ex-companheira, mãe de seus dois filhos, também relatou episódios de agressão.
Após a repercussão do caso atual, outra vítima registrou boletim de ocorrência, acusando Francisco de importunação sexual em uma festa de fim de ano.
O caso gerou indignação e trouxe à tona a gravidade dos crimes cometidos por Francisco. Segundo a delegada Mellina Clemente, a repetição de agressões com características semelhantes demonstra a periculosidade do suspeito. “O comportamento violento e o histórico de reincidência reforçam a necessidade de aprofundar as investigações para proteger outras possíveis vítimas”, destacou.
Francisco permanece preso preventivamente enquanto a Polícia Civil aguarda o resultado de exames complementares e conclui o inquérito. Ele pode ser indiciado por estupro de vulnerável, tentativa de feminicídio e outras acusações relacionadas às denúncias de suas vítimas anteriores.
