Pelo menos 60 pessoas morreram neste sábado, 28 de junho, após novos bombardeios de Israel na Faixa de Gaza. Entre os alvos dos ataques está um campo de refugiados instalado no Estádio da Palestina, na Cidade de Gaza. De acordo com equipes médicas locais, ao menos 20 corpos foram levados para o Hospital Nasser e outros foram encaminhados ao Hospital Al-Shifa. O Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas, fala em 81 vítimas fatais.
Os ataques ocorrem poucos dias após o cessar-fogo entre Israel e Irã, mediado com forte influência do ex-presidente americano Donald Trump. Agora, há expectativa de que essa trégua possa se estender também à crise em Gaza.
O Qatar, que atua como principal intermediador entre Tel Aviv, Washington e o Hamas, alertou que uma nova oportunidade de diálogo está aberta, mas pode ser desperdiçada se não houver avanços concretos. Trump também disse acreditar que um novo cessar-fogo pode ser firmado “na próxima semana”, embora não tenha apresentado detalhes.
Enquanto isso, a crise humanitária em Gaza atinge níveis alarmantes. Segundo a ONU, toda a população enfrenta insegurança alimentar extrema. A distribuição de ajuda humanitária, sob controle da Fundação Humanitária de Gaza (FHG) — organização ligada a interesses israelenses e norte-americanos — virou alvo de duras críticas.
A Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou a FHG de “provocar massacres em série” durante a entrega de alimentos. A entidade afirma que mais de 500 pessoas já morreram e cerca de 4 mil ficaram feridas tentando obter comida desde maio. Há ainda denúncias de que soldados israelenses receberam ordens superiores para atirar contra civis nos pontos de distribuição.
O jornal Haaretz, de Israel, publicou relatos de militares confirmando essas ordens. O governo de Binyamin Netanyahu nega as acusações, mas as Forças Armadas abriram uma investigação interna.
O líder da FHG, o pastor evangélico norte-americano Johnnie Moore, afirmou à BBC que as mortes “não ocorreram nas imediações das operações” da fundação e acusou a ONU e outras entidades de espalharem desinformação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, respondeu de forma contundente: “A busca por comida não pode se tornar uma sentença de morte.”































































