A Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou, na manhã desta segunda-feira, 13 de outubro, a segunda fase da Operação “Muro ao Lado”, voltada ao combate ao tráfico de drogas e à lavagem de capitais. A ofensiva resultou no cumprimento de mais quatro mandados de prisão e de busca e apreensão, entre eles o de uma mulher de 33 anos, ex-candidata a vereadora em Ituiutaba pelo Partido Progressista (PP) nas eleições de 2024.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, os policiais apreenderam um celular e um caderno com anotações que podem auxiliar na elucidação de novas frentes de investigação. A ação foi acompanhada por testemunhas e pelo advogado da investigada, que recebeu as informações sobre as medidas judiciais adotadas.
Segundo a Polícia Civil, havia a suspeita de que a mulher estivesse morando em Uberlândia, o que chegou a mobilizar uma equipe para aquele município. No entanto, a prisão ocorreu em Ituiutaba, o que levou ao cancelamento da diligência prevista para o Triângulo Central. A operação segue em andamento, e novas prisões não estão descartadas.
Investigação teve início com grande apreensão de drogas em Ituiutaba

As apurações começaram em 24 de fevereiro de 2025, quando três pessoas foram presas em flagrante em Ituiutaba com 48 tabletes de maconha. A análise de celulares apreendidos revelou uma estrutura criminosa organizada e com atuação em vários estados, movimentando valores de forma fracionada para dificultar o rastreamento do dinheiro.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais – PCMG, o principal fornecedor identificado é Rodrigo Augusto de Souza Parreira, conhecido como “Rodrigo Didi”, apontado como o responsável pelo envio de grandes remessas de drogas. A distribuição regional seria feita por Rafael Guilherme Paulino Cariri (“Nenezão BH”) e John Rodrigo de Oliveira Silva (“Digão Pará de Minas”), ambos com papel central na logística da quadrilha.
Rede interestadual e crimes apurados
Ainda conforme as investigações, o grupo atuava de forma hierarquizada, com fornecedores, distribuidores, operadores financeiros e facilitadores.
Os crimes apurados incluem:
Tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/06);
Associação para o tráfico (art. 35 da Lei 11.343/06);
Organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/13);
Lavagem de capitais (art. 1º da Lei 9.613/98).
Operação em 12 cidades de quatro estados
A ação simultânea foi realizada em 12 cidades, com apoio do Ministério Público (GAECO) e da Polícia Civil de Goiás.
Os alvos se concentraram em:
Minas Gerais: Belo Horizonte, Contagem, Pará de Minas, Uberlândia, Esmeraldas, Ituiutaba e Centralina;
Goiás: Itumbiara;
Paraná: Foz do Iguaçu e Toledo;
São Paulo: Lençóis Paulista e Birigui.
Resultados e impacto
No total, as duas fases da operação resultaram em 53 kg de pasta base de cocaína e 7 kg de maconha apreendidos, além de armas, munições de diversos calibres, balanças de precisão, maquinário para contagem de cédulas e anotações do tráfico. O valor estimado das apreensões ultrapassa R$ 1 milhão.
Desde o início das ações, 10 pessoas foram presas, e, com as prisões desta segunda-feira, a Polícia Civil encerra a primeira fase com quase todos os alvos capturados.
Segundo a corporação, o trabalho representa um golpe expressivo na estrutura financeira e logística da organização criminosa, interrompendo o fluxo de drogas e dinheiro e reforçando a atuação integrada das forças de segurança no combate ao crime organizado.































































