Com o registro crescente de casos de intoxicação por metanol em diversas regiões do país, especialistas orientam cautela urgente no consumo de bebidas alcoólicas, especialmente as de procedência duvidosa. Na quarta-feira, 1º de outubro, o Ministério da Saúde informou que já foram notificados 43 casos suspeitos de intoxicação por metanol após ingestão de bebidas alcoólicas — 39 em São Paulo (10 confirmados e 29 em investigação) e quatro em apuração em Pernambuco.
O perigo do metanol
O metanol, também chamado de álcool metílico, é uma substância usada em solventes e combustíveis. Quando ingerido, é metabolizado pelo fígado em compostos altamente tóxicos, capazes de provocar acidose metabólica, lesões neurológicas graves, cegueira irreversível e até a morte. Apesar de proibido em bebidas, tem sido usado de forma clandestina para adulterar destilados, como vodca, gin e uísque.
Os sintomas geralmente aparecem de 12 a 24 horas após o consumo. Entre eles estão: visão turva, perda progressiva da visão, náuseas, vômitos, dor abdominal, dor de cabeça, confusão mental, fraqueza e sudorese. Nos casos mais graves, a intoxicação pode evoluir para coma, insuficiência respiratória e morte.
Tratamento médico
Diante da suspeita, a orientação é buscar atendimento hospitalar imediato. O tratamento inclui o uso de antídotos como o fomepizol ou, na ausência, o etanol como alternativa, além de correção da acidose com bicarbonato e procedimentos como a hemodiálise para eliminar as toxinas do organismo. A rapidez no atendimento é determinante para salvar vidas.
Orientações de prevenção
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Evite bebidas sem procedência clara ou sem registro oficial.
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Se apresentar sintomas após ingerir álcool, procure imediatamente um hospital.
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Ligue para o Disque-Intoxicação (0800 722 6001) em casos de suspeita.
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Informe autoridades sobre a bebida consumida para ajudar a rastrear possíveis lotes adulterados.
Situação nacional
O Brasil enfrenta um surto de intoxicação por metanol em 2025, com dezenas de notificações e registros de mortes. O governo federal já acionou protocolos de emergência em conjunto com a Anvisa, CIATox, Polícia Federal e órgãos estaduais para rastrear as bebidas adulteradas e conter a crise.































































