Um deslize gramatical do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes gerou forte repercussão nas redes sociais nesta quinta-feira, 24 de Julho. Ao manter medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Moraes escreveu a frase “A justiça é cega mais não é tola” — trocando a conjunção “mas” pelo advérbio “mais”, que indica quantidade.
O trecho constava em letras maiúsculas na decisão divulgada pouco antes das 10h. A correção foi feita pouco depois das 11h, com a publicação de nova versão do documento, já com a grafia correta. Ainda assim, o erro se tornou um dos assuntos mais comentados da rede social X (antigo Twitter), ultrapassando 50 mil menções em apenas uma hora.
Entre os críticos do deslize estavam parlamentares da oposição, como o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que ironizou a falha:
“Estou proibido de postar falas de meu pai, ‘MAIS’ posso postar as decisões do Alexandre de Moraes????????????”, escreveu.
Eduardo foi citado na mesma decisão de Moraes como um dos aliados de Bolsonaro que teriam colaborado com o descumprimento das medidas cautelares impostas ao ex-presidente. O motivo foi a publicação de uma foto produzida por Bolsonaro e enviada à imprensa para mostrar a tornozeleira eletrônica que passou a usar — conteúdo posteriormente replicado nas redes sociais por aliados.
Além do erro envolvendo a conjunção, usuários da plataforma identificaram ao menos duas ocorrências de uso indevido da crase ao longo das sete páginas do documento.
“Não saber a diferença entre ‘mas’ e ‘mais’ é um absurdo, ainda mais vindo de um magistrado”, escreveu a usuária @moret_mclaudia.
“Um juiz da Suprema Corte não sabe a diferença? Esse é o Brasil”, comentou @MarcelodeA73974.
Apesar da repercussão, Moraes manteve o tom firme ao justificar a manutenção das medidas cautelares. Segundo ele, houve violação da ordem de não uso das redes sociais, com “instrumentalização” dos perfis de terceiros para divulgação de conteúdo do ex-presidente. Contudo, classificou o episódio como uma “irregularidade isolada”.
O ministro também reiterou que Bolsonaro não está proibido de conceder entrevistas ou discursos, desde que o conteúdo não seja produzido com o objetivo de alimentar as redes de aliados.
Entre as restrições impostas ao ex-presidente estão:
– uso obrigatório de tornozeleira eletrônica;
– proibição de acessar redes sociais;
– recolhimento domiciliar noturno (entre 19h e 6h) e integral aos fins de semana e feriados;
– proibição de manter contato com embaixadas, embaixadores e outros réus ou investigados pelo STF.































































