O Instituto Estadual de Florestas (IEF) passou a contar, neste mês de agosto, com um importante reforço na prevenção e no combate a incêndios florestais. O Comando de Aviação do Estado (Comave) começou a monitorar diariamente as unidades de conservação no Norte de Minas. A parceria tem como objetivo ampliar o efetivo de vigilância da Força-Tarefa Previncêndio nas 20 áreas de preservação estaduais localizadas na região.
O trabalho é realizado todos os anos, desde 2012, sempre durante o período crítico de incêndios florestais, quando a baixa incidência de chuvas provoca o aumento do número de ocorrências. Entre os meses de agosto e novembro, uma aeronave Cessna 210, operada pelo Comave, monitora cerca de 12 mil quilômetros quadrados na região, cobrindo todo o território de abrangência das Unidades Regionais de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Alto Médio São Francisco e Norte.
Na primeira URFBio estão os Parques Estaduais Lagoa do Cajueiro, Mata Seca, Veredas do Peruaçu, Verde Grande e Serra das Araras; os Refúgios de Biodiversidade Jaíba e Serra Azul; o Refúgios de Vida Silvestre Rio Pandeiros; as Áreas de Proteção Ambiental (APA) Pandeiros, Lajedão, Coxa e Gibão e Serra do Sabonetal e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acarí). Já na URFBio Norte estão localizados os Parques Estaduais Grão Mogol, Serra Nova, Caminhos das Gerais, Lapa Grande, Montezuma, Serra do Cabral e Botumirim.
O monitoramento aéreo garante também apoio na prevenção de incêndios de duas unidades de conservação federais localizadas dentro da rota de verificação do IEF: a Área de Proteção Ambiental (APA) Cavernas do Peruaçu e o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, importantes reservas ambientais do Cerrado Brasileiro. Ainda dentro da rota de monitoramento, está inserida a Reserva Indígena Xacriabá, localizada no município de São João das Missões, área de abrangência da URFBio Alto Médio São Francisco.
Focos de incêndios
De acordo com o major Alexandre Miranda, do Comave, os sobrevoos diários buscam confirmar focos de incêndio identificados via satélite ou por meio de denúncias feitas junto aos órgãos de controle ambiental, além de verificar novos focos ainda não acusados pelo sistema de monitoramento terrestre. “Buscamos, também, inibir a prática criminosa de provocar incêndios em áreas de vegetação, o que pode ocorrer em vilarejos próximos às unidades de conservação”, acrescenta.
Ainda segundo o major, todas as seis bases regionais de aviação do Comave no estado integram também o efetivo da Força-Tarefa Previncêndio, que reúne, além do IEF, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as polícias Civil e Militar de Minas Gerais, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG) e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec).
“Havendo o acionamento do IEF, o Comave também pode utilizar seu efetivo de helicópteros e aeronaves no combate a incêndios florestais em unidades de conservação localizadas nas demais regiões de Minas”, afirma o major Miranda. Atualmente, o Comave mantém bases regionais de aviação nos municípios de Belo Horizonte, Uberlândia, Montes Claros, Juiz de Fora, Governador Valadares e Poços de Caldas.
Na avaliação do gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Belo, o trabalho de monitoramento aéreo feito em parceria com o Comave no Norte de Minas é essencial para garantir a baixa incidência de ocorrências na região. “Temos, na Região Norte, unidades de conservação muito extensas, com baixa densidade demográfica e reduzida cobertura de telecomunicações, o que dificulta o monitoramento terrestre. Por isso, o monitoramento aéreo se faz tão necessário”, explica.
O plano de resposta, apresentado em julho pelo Governo de Minas para o enfrentamento ao período crítico de incêndios florestais deste ano, prevê investimento de R$ 40 milhões no combate e na prevenção de ocorrências em todas as regiões do estado. Entre as ações, está a implantação de dez novas Unidades Operacionais (UOp) em unidades de conservação distribuídas por Minas Gerais, a aquisição de novos equipamentos, a contratação de brigadistas, além do reforço feito na frota de veículos, com a aquisição de 111 caminhonetes 4×4 e a contratação de oito aeronaves Air Tractor, utilizadas na contenção direta dos focos de incêndio.