As empresas públicas controladas pelo governo federal acumularam um déficit de R$ 8,9 bilhões nos 12 meses encerrados em agosto de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). O valor representa mais que o dobro do prejuízo registrado no mesmo período até agosto de 2024.
Com o aumento das perdas, o governo federal precisou ampliar os gastos para manter as estatais em funcionamento, por meio de transferências diretas do Tesouro Nacional.
Subvenções federais aumentaram R$ 3 bilhões em um ano
As subvenções — recursos repassados diretamente pelo governo às empresas públicas — somaram R$ 27 bilhões em 2024, um crescimento de R$ 3 bilhões em relação ao ano anterior. Os dados são do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Entre as principais beneficiárias, destaque para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação, responsável pela gestão dos hospitais universitários federais. A estatal recebeu cerca de R$ 11,5 bilhões em repasses.
Em segundo lugar aparece a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que tem papel estratégico no desenvolvimento tecnológico do agronegócio brasileiro e também foi uma das maiores destinatárias de recursos públicos.
Correios simbolizam situação crítica das estatais
Um dos exemplos mais expressivos do cenário deficitário é o da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios). No primeiro semestre deste ano, a estatal registrou prejuízo líquido de R$ 4 bilhões, mesmo após aumento da receita com vendas e serviços para R$ 8 bilhões.
O resultado negativo representa um aumento superior a 220% em relação ao mesmo período de 2024. Segundo o levantamento, o desempenho ruim é atribuído ao crescimento dos custos operacionais e despesas administrativas.
Apesar do quadro de desequilíbrio, o governo afirma que continua estudando medidas para melhorar a eficiência e reduzir o impacto das estatais sobre as contas públicas.































































