O ex-assessor de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Tagliaferro, afirmou na última terça-feira, 02 de setembro, em audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, que relatórios utilizados para justificar uma operação da Polícia Federal contra empresários em 2022 teriam sido forjados.
De acordo com o depoimento, o ministro não teria tido acesso prévio às mensagens de teor golpista trocadas por empresários e que motivaram a operação. Tagliaferro alega que o laudo técnico apresentado no processo, datado de 22 de agosto de 2022, foi produzido somente seis dias depois, em 28 de agosto, o que indicaria fraude na data para justificar a decisão judicial.
As mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp entre empresários traziam declarações como a de José Koury, que afirmou preferir “um golpe à volta do PT”. Os envolvidos negaram intenção golpista nos diálogos privados.
Ainda durante a audiência, Tagliaferro disse que o atual procurador-geral da República, Paulo Gonet, à época vice-procurador-geral eleitoral, teria participado de procedimentos fora do rito processual. Prints de conversas apresentados por ele indicariam pedidos de informações feitos por Gonet e por um assessor, identificado como Lucas, relacionados a decisões do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.
A sessão no Senado foi conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmou que encaminhará a documentação ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, solicitando a suspensão do julgamento que analisa a trama golpista durante o governo Bolsonaro. O parlamentar também disse que levará as informações ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A assessoria de Paulo Gonet e a do ministro Alexandre de Moraes ainda não se manifestaram sobre o assunto.































































