Morre Cid Moreira, referência do jornalismo brasileiro, aos 97 anos

Apresentador estava internado há 29 dias no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis

Foto: Memória Globo / Acervo.

Nesta quinta-feira, dia 3 de outubro de 2024, o jornalista e locutor Cid Moreira faleceu aos 97 anos, no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, Rio de Janeiro. Ele estava internado havia 29 dias para tratar de uma pneumonia e de um problema crônico nos rins. Segundo o boletim médico, a causa da morte foi insuficiência renal crônica agudizada, distúrbios eletrolíticos e falência múltipla de órgãos.

Cid Moreira tornou-se um ícone da televisão brasileira, especialmente por ter sido o apresentador do Jornal Nacional da TV Globo por 26 anos, desde a estreia do programa em 1969. Sua voz grave e inconfundível o consagrou como uma das figuras mais reconhecidas do telejornalismo no país, tendo capitaneado cerca de 8 mil edições do noticiário.

Nascido em 29 de setembro de 1927, em Taubaté, São Paulo, Moreira começou sua carreira no rádio, aos 17 anos, na Rádio Difusora de sua cidade natal. Em 1949, mudou-se para São Paulo, onde passou a atuar na Rádio Bandeirantes e, posteriormente, na Rádio Mayrink Veiga, já no Rio de Janeiro, para onde se mudou em 1951. Nos anos seguintes, Cid ganhou experiência em diversas emissoras e se consolidou como locutor. Sua estreia como apresentador de noticiários aconteceu em 1963, no “Jornal de Vanguarda” da TV Rio.

Foi em 1969 que sua trajetória se cruzou com o Jornal Nacional, tornando-se a primeira voz do principal noticiário da TV Globo, ao lado de Hilton Gomes. Cid permaneceu na bancada até 1996, quando foi substituído por William Bonner e Lilian Witte Fibe, mas continuou colaborando com a emissora, especialmente no “Fantástico” e em outros programas especiais.

O apresentador também se destacou pela gravação da Bíblia na íntegra, um projeto que alcançou grande sucesso. Em 2010, ele lançou sua biografia intitulada “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira. Cid e Fátima foram casados por 25 anos, e ela relatou emocionada os últimos dias do marido: “Ele estava cansado, falava: ‘Meu corpo está cansado’. Os últimos anos foram difíceis, ele tinha problemas crônicos no rim”, disse Fátima em entrevista ao programa “Encontro” da TV Globo.

O jornalista viveu plenamente as transformações da televisão brasileira e acompanhou a transição do rádio para a TV. Ele foi um dos pioneiros no comando de telejornais e deixou sua marca também fora do jornalismo, com locuções marcantes como as do quadro do ilusionista Mr. M no “Fantástico” e a vinheta sobre a bola Jabulani na Copa do Mundo de 2010.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do apresentador, dizendo em nota: “Com tristeza, o Brasil se despede hoje de uma das personalidades mais emblemáticas da história do nosso jornalismo e televisão. Seu legado no jornalismo e na televisão brasileira será eternamente lembrado.”

Cid Moreira deixa um legado inigualável no jornalismo e será sempre lembrado como uma das grandes vozes da comunicação no Brasil.

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