A Polícia Federal, a Receita Federal do Brasil e o Procon Municipal de Uberlândia deflagraram, nesta segunda-feira, 11 de agosto, a Operação Fidúcia II, ação conjunta voltada ao combate da comercialização irregular de produtos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em estabelecimentos comerciais da cidade.
A ofensiva amplia o alcance da Operação Fidúcia I, realizada em julho, e tem como objetivo desarticular redes criminosas mais estruturadas que atuam nos setores de vestuário e acessórios.
Nesta fase, foram alvos duas lojas localizadas nos bairros Centro e Lídice, ambas com indícios de venda de mercadorias sem documentação fiscal e de produtos com marcas falsificadas. Durante a fiscalização, constatou-se que as empresas não possuíam registros de entrada de mercadorias, reforçando as suspeitas de irregularidade.
A investigação apontou que múltiplas empresas estariam operando de forma coordenada, com expansão geográfica de São Paulo para Minas Gerais e possível ligação com organizações criminosas da região do Brás, em São Paulo.
Entre as evidências levantadas estão: constituição recente de empresas com capital social incompatível com o volume de negócios, divergências entre estrutura declarada e capacidade operacional e uso de várias pessoas jurídicas para fragmentar transações.
De acordo com informações obtidas pelo Canal Janela Aberta, através da PF, os investigados movimentaram mais de R$ 7 milhões no último ano, sem qualquer declaração de rendimentos no mesmo período — indício de ocultação de patrimônio e evasão fiscal.
As condutas investigadas afetam diretamente a economia formal, gerando prejuízos como evasão de tributos, concorrência desleal, lesão ao consumidor por meio da venda de produtos de baixa qualidade e possível canal para lavagem de dinheiro oriundo de outras atividades ilícitas.
Durante a ação, foram apreendidos centenas de produtos falsificados, documentos e celulares. Representantes legais de marcas acompanharam a operação e atestaram a contrafação, o que poderá embasar prisões em flagrante. O valor estimado das mercadorias apreendidas ultrapassa R$ 2 milhões.
Após os trâmites administrativos, incluindo lavratura de autos de infração e intimação dos responsáveis, os produtos serão declarados perdidos em favor da União. Em seguida, as peças terão as marcas removidas para descaracterização e posterior doação a entidades beneficentes cadastradas.
O nome da operação, Fidúcia — “confiança” em latim — reflete o propósito de reforçar a credibilidade no comércio formal, garantindo a autenticidade dos produtos e o cumprimento das obrigações fiscais.
As instituições envolvidas reforçaram o compromisso conjunto no combate à pirataria, à sonegação e à lavagem de dinheiro, destacando que a integração de forças e o uso de recursos tecnológicos avançados são fundamentais para enfrentar o crime organizado que se vale do comércio aparentemente legal para encobrir práticas ilícitas.































































