Na noite desta segunda-feira, 16 de junho, uma reunião pública organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Município de Ituiutaba (Sintemi) reuniu professores da rede municipal, vereadores e representantes da comunidade na Praça Cônego Ângelo.
A reunião contou com a presença dos vereadores Juninho da JR, Rodrigo Tomaz, Gabriela Ceschin, Luciano Gouveia, Joelma da Educação e Professor Vinicius. O vereador e presidente da Comissão de Educação, Professor Yata, não pôde comparecer por motivos de saúde.
Durante o encontro, professores relataram uma série de problemas estruturais e administrativos enfrentados pelas escolas municipais. Entre as principais reclamações estavam a falta de servidores, deficiências na infraestrutura, ausência de materiais escolares e dificuldades no transporte de docentes, principalmente na zona rural.
Por meio de nota oficial, o presidente da Câmara Municipal, vereador Francisco Tomaz de Oliveira Filho, conhecido como Chiquinho, alegou que não houve qualquer autorização ou ciência da Presidência sobre a realização da audiência pública mencionada, nem sobre a divulgação de convites ou artes gráficas associadas ao evento. Segundo ele, todos os atos da Câmara seguem trâmites legais e são divulgados exclusivamente pelos canais oficiais da Casa. O parlamentar também reforçou que a Presidência se coloca à disposição para esclarecimentos à população.
Estrutura precária e falta de pessoal
A professora Flávia Rúbia, da Escola Municipal Hugo de Oliveira, foi uma das que relataram a precariedade da unidade escolar.
“A nossa reforma não anda. Levantaram quatro paredes lá, eu vi. Nós não temos banheiro para o professor. Usamos o das crianças com necessidades especiais. Precisamos de professores. E não só no ponto de alívio. Em todas as escolas. Agora uma mãe entrou na justiça e conseguiu monitor à tarde, mas somente para uma sala. As outras também precisam”, declarou a educadora.
O vereador Rodrigo Tomaz afirmou que vem acompanhando de perto a situação da escola, especialmente após denúncias sobre a instalação de uma cozinha em local inadequado.
“Fomos fiscalizar o local com o vereador Yata após denúncias de que uma cozinha estava sendo construída no corredor. Confirmamos a situação e fizemos denúncia ao Ministério Público. A empresa responsável fez adequações. Em relação à reforma, fomos informados que a entrega ocorreria em julho de 2025, mas a parte administrativa sequer foi iniciada”, afirmou.
Denúncias de condições precárias na zona rural
A presidente do Sintemi, professora aposentada Elaine Martins, destacou a situação crítica enfrentada por educadores que atuam em escolas da zona rural.
“Visitamos uma escola onde professores são transportados em veículos sem segurança. Um deles relatou que o cinto de segurança não passa pela cintura, e a viagem dura cerca de uma hora. Outro relato apontou que agora os professores não poderão mais comer na escola. Há professores comprando folhas para dar aula no presídio. É escandaloso”, disse Elaine.
Proposta de vistoria em todas as escolas
A vereadora Gabriela Ceschin defendeu uma ação prática e objetiva para levantar o diagnóstico das condições estruturais das escolas.
“Nosso objetivo aqui é sair com um encaminhamento. Propomos, junto à Comissão de Educação da Câmara, visitar as 20 escolas municipais em até duas semanas. Vamos fazer um raio-x da situação estrutural, com fotos, vídeos e relatos. Esse material será apresentado à Câmara e ao Ministério Público. Precisamos cobrar soluções com base em dados concretos”, disse a parlamentar.
Reunião substituiu audiência pública cancelada
O vereador Juninho da JR explicou que, diante da impossibilidade legal de realizar uma audiência pública em praça pública, optou-se por uma reunião com apoio da comunidade.
“Alugamos cadeiras, som e realizamos a reunião. Superou as expectativas. Esperávamos cerca de 300 professores, mas cerca de 100 participaram, além da população. Vamos levar as pautas para a Câmara e reforçar a cobrança por melhorias. Em breve faremos a audiência pública oficial no plenário”, afirmou.
Chamado à mobilização
Ao final, o professor aposentado Laércio Humberto, tesoureiro do Sintemi, reforçou a importância da participação da categoria nas próximas etapas da mobilização.
“Essa reunião foi importante para mostrar que não dependemos de estruturas formais para cobrar nossos direitos. A mobilização dos professores é fundamental para conquistar mudanças reais. Convoco todos os profissionais da educação para que participem ativamente das próximas ações”, declarou.
A expectativa é que, com o relatório da Comissão de Educação e o envolvimento do Ministério Público, as denúncias apresentadas possam ser formalizadas e gerar respostas por parte do Poder Executivo.
Leia a seguir a nota oficial emitido à imprensa pelo Poder Legislativo Tijucano:
“Nota oficial da Presidência da Câmara Municipal de Ituiutaba
A Câmara Municipal de Ituiutaba, por meio de sua Presidência, Francisco Tomaz de Oliveira Filho, vem a público esclarecer que não foi autorizado qualquer agendamento de data, horário ou divulgação de material gráfico referente à realização de audiência pública “CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ITUIUTABA” em nome desta Casa Legislativa na data de 16 de junho de 2025.
Esclarecemos, ainda, que não houve deferimento, consentimento ou ciência por parte da Presidência da Câmara quanto à realização da referida audiência pública, tampouco à divulgação de convites ou publicidades sobre o tema.
Reiteramos que todos os atos oficiais da Câmara Municipal de Ituiutaba são formalizados por trâmites legais e divulgados exclusivamente pelos canais oficiais da Casa. Colocamo-nos à disposição da população para quaisquer esclarecimentos.
Francisco Tomaz de Oliveira Filho
Presidente da Câmara Municipal de Ituiutaba”































































