A Receita Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira, 27 de novembro, a Operação “Poço de Lobato”, uma ação de grande porte que busca desmontar um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo o Grupo Fit, responsável pela refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro. A operação cumpre 126 mandados de busca e apreensão em cinco estados, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, e expõe um dos maiores rombos fiscais já registrados no país.
De acordo com as investigações, o Grupo Fit se tornou o maior devedor do Brasil, acumulando mais de $ 26 bilhões de reais em débitos tributários. Desse total, mais de 10, 2 bilhões já foram bloqueados pela Justiça em medidas cautelares cíveis. A Receita aponta ainda que, em apenas um ano, o grupo movimentou mais de setenta bilhões de reais por meio de empresas próprias, fundos de investimento e offshores, uma rede estruturada para ocultar patrimônio e dificultar a cobrança de impostos.
A operação conta com apoio do Ministério Público de São Paulo, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, órgãos fiscais estaduais e municipais, além das Polícias Civil e Militar. O foco da investigação abrange toda a cadeia de combustíveis, desde a importação até a distribuição final.
O Grupo Fit já havia sido alvo recentemente na Operação Cadeia de Carbono, que apreendeu quatro navios e cento e oitenta milhões de litros de combustível em situação irregular. Na ocasião, a Agência Nacional do Petróleo, ANP, interditou a refinaria de Manguinhos após identificar uma série de irregularidades, como suspeita de importação com declaração falsa de conteúdo, falta de evidências do processo de refino e indícios de adulteração de combustíveis com produtos químicos proibidos.
Segundo a Receita Federal, o esquema operava com a participação de formuladoras, distribuidoras e postos de combustíveis ligados ao grupo. Essas empresas teriam praticado evasão sistemática de tributos, causando prejuízos bilionários aos cofres públicos.
A Operação Poço de Lobato aprofunda esse cerco, examinando tanto a estrutura financeira quanto a operação da cadeia de combustíveis que sustentou o esquema por anos. As investigações continuam e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.































































