Pesquisadores da China e do Reino Unido identificaram um novo fator de risco para doenças cardiovasculares e infecções: a solidão. Em um estudo publicado em janeiro de 2025, cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Fudan University, na China, revelaram que pessoas que vivem isoladas socialmente têm mais chances de sofrer de ataque cardíaco, derrame e infecções.
O estudo analisou amostras de sangue de 42 mil adultos com idades entre 40 e 69 anos, a fim de identificar quais proteínas estavam mais presentes em indivíduos que vivem em isolamento. Os pesquisadores descobriram 175 proteínas relacionadas ao isolamento social e 26 diretamente associadas à solidão, com algumas sobreposições entre elas. Muitas dessas proteínas são produzidas pelo corpo em resposta a inflamações, infecções virais e como parte da resposta imunológica, além de estarem ligadas a doenças como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, AVC e morte precoce.
“Sabemos que o isolamento social e a solidão estão ligados a problemas de saúde, mas nunca compreendemos o motivo. O nosso trabalho destacou uma série de proteínas que parecem desempenhar um papel fundamental nesta relação, com níveis de algumas proteínas em particular aumentando como consequência direta da solidão”, explicou o Dr. Chun Shen, do Departamento de Neurociências Clínicas da Universidade de Cambridge.
Barbara Sahakian, professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambridge, comentou sobre a relevância da descoberta. “Mais e mais pessoas de todas as idades dizem que se sentem solitárias. É por isso que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu o isolamento social e a solidão como uma ‘preocupação de saúde pública global’. Precisamos de encontrar formas de enfrentar este problema crescente e manter as pessoas conectadas para as auxiliar a permanecerem saudáveis”, afirmou Sahakian.
O estudo traz à tona a importância do contato social com amigos e familiares para o fortalecimento do sistema imunológico e a manutenção da saúde física e mental.