Nesta segunda-feira, 20 de janeiro de 2025, Donald Trump tomou posse como o 47º presidente dos Estados Unidos, marcando o início de seu segundo mandato na Casa Branca. Em um discurso enérgico e carregado de promessas contundentes, o republicano anunciou medidas drásticas contra a imigração ilegal, retomada de políticas econômicas protecionistas e mudanças ambientais controversas.
Trump reiterou seu compromisso de combater a entrada de imigrantes ilegais, classificando a imigração irregular como uma “invasão monstruosa”. Ele prometeu deportações em massa, restabelecimento da política “Fique no México” e designação de cartéis mexicanos como organizações terroristas. “Nenhuma entrada ilegal será tolerada. Começaremos imediatamente o retorno de milhões de imigrantes ilegais aos seus países de origem”, afirmou.
A utilização da Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798 foi outro destaque do discurso. A legislação, usada em tempos de guerra, permitirá ações enérgicas contra gangues e organizações criminosas formadas por imigrantes. Especialistas apontam que a medida poderá gerar impactos profundos nos direitos humanos e conflitos diplomáticos, especialmente com países da América Latina.
Emergência energética e retrocessos ambientais
No âmbito econômico, Trump declarou emergência nacional de energia, priorizando a retomada da produção de petróleo e gás em larga escala. Ele anunciou o fim das políticas ambientais favoráveis a veículos elétricos, alegando a necessidade de salvar a indústria automotiva norte-americana e manter o compromisso com motores a combustão.
“Voltaremos a ser a nação mais rica e industrializada do mundo, exportando nossa energia e reduzindo preços internos”, assegurou o presidente. Além disso, Trump afirmou que os Estados Unidos se retirarão do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde, seguindo sua política de priorizar a soberania nacional.
A crise migratória e a reação internacional
A deportação em massa proposta por Trump gerou críticas de líderes mundiais e especialistas. O Papa Francisco descreveu a medida como uma “vergonha”, afirmando que faz com que “os pobres coitados paguem a conta”. No México, a presidente Claudia Sheinbaum pediu “diálogo e respeito” em resposta ao endurecimento das políticas migratórias.
Durante a posse, Trump também anunciou que pretende retomar o controle do Canal do Panamá, atualmente operado pela China. Ele classificou a gestão chinesa como “injusta” e prometeu que os Estados Unidos voltarão a exercer influência direta na infraestrutura estratégica.
Impactos e desafios para o novo mandato
Analistas apontam que a aplicação das políticas de Trump poderá intensificar tensões sociais, políticas e econômicas nos Estados Unidos e internacionalmente. Com uma maioria republicana no Congresso, é esperado que medidas como a suspensão do Título 42, que permitia deportações rápidas durante a pandemia, sejam substituídas por políticas ainda mais rígidas.
Trump encerrou seu discurso prometendo uma “era de ouro” para os Estados Unidos. “A América será respeitada novamente e colocaremos nosso povo em primeiro lugar”, declarou. Contudo, críticas à sua retórica e promessas indicam que o segundo mandato será marcado por intensos debates e possíveis conflitos com comunidades internacionais e grupos de direitos humanos.